quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Laurinha

 Laurinha….

Laurinha…..

Laurinhaaaaaaaaaa


Os restantes alunos cochicham e riem à descarada, Já terminaram os respectivos trabalhos,  mas mas a Laurinha nada!


Caro Contest master, colegas e convidados, 


A Laurinha, soooonhaaa……..


Toco-lhe. Desperto-a com jeitinho:

LAURINHAAA!!!

Ela acorda sobressaltada:

Óh Sr. professor desculpe! Ora! Como de costume eles já acabaram e estão a rir-se de mim!


Amuava! Fazia beicinho

O resto da turma zombava, mas como habitualmente, por artes mágicas da informática, lá aparecia na impressora, um exercício feito e com o nome dela.

Aí sorria, marota

Viu professor? Mesmo a sonhar ……...


Eram uma turma muito bem disposta. Cada um tinha a sua peculiaridade, os outros zombavam dela, todos se riam, ninguém levava a mal!!


A Laurinha. Sonhava Sempre, mesmo nas Aulas  Ora acordada, ora mesmo adormecida. 


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Tinha 70 anos, era de longe, a mais velha de uma turma de adultos onde se ensinava informática e se dava muito carinho. 

Quando, o que era raro, falava de si, dizia-nos que tivera uma infância só, sem grandes amizades, que abandonou, muito nova, a terra natal para ser telefonista no Porto.  Não tinha família. Não constitui família. Vivia sozinha! Sonhava sozinha!


Não que ela precisasse de informática!!, Só da companhia, à noite quando as horas se arrastam vagarosas…..

Terminada a aula a Laurinha ia sozinha para casa, quase dobrada sob o peso dos anos, sobre a bengala, com muito esforço ( de parte a parte!!) .


Ao longo destes anos fui sabendo dela pela Margarida, uma amiga comum que continuou a privar com ela e a dar-lhe o carinho de que ela tanto precisava ao menos uma vez por semana. 

  • Sempre sozinha a precisar de companhia! sem mesmo aulas de informática para passar o tempo….


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Num telefonema recente, a Margarida disse-me:

  • Oooh Luis! Tenho uma notícia triste para lhe dar: Morreu a Laurinha

E eu lembrei-me do sonho e da solidão e das inúmeras vezes que a acordei

Laurinha!

Laurinha!

Já não adianta, Já não acorda mais.Mas  será que sonha??

Naturalmente fui fazer-lhe uma última visita. Éramos três ou quatro pessoas, contando com ela,  na capela fria e deserta

A Laurinha continua só. Comentei.


Só? Sorriram-me levantando a ponta do véu de uma história que eu desconhecia:


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  • Enquanto telefonista, a Laurinha começou no Porto onde quase logo cresceu uma grande paixão por um colega de trabalho. 

  • Mas tiveram, ao longo da carreira de percorrer outras terras. Perdido o contacto,. perdido o noivado…, não havia Tinder na altura….

  • Quando,  anos volvidos, regressou ao Porto, por um incrível acaso literalmente esbarrou na rua com a sua antiga paixão. 

  • A comoção foi tão grande que lhe desmaiou nos braços e não mais se separaram. 


  • Havia um obstáculo no entanto ao contrário dela,  entretanto ele casara, tinha mulher e filhos, uma família……portanto.

  • Começaram por almoçar á sexta até que lentamente se instalou o hábito de ficar por vezes, sempre que possível até sábado algumas vezes ainda um pouco mais….

  • Essas conquistas a Laurinha conseguiu-as planeando e executando milimetricamente um Jogo de Xadrez em que a Rainha a todos ocultou o Rei por toda uma vida. 


  • A minha querida Laurinha não sonhava! vivia com os olhos fechados uma vida que mais ninguém via com eles bem abertos, ainda que escancarados!

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Caro contest master, colegas e convidados


A minha aluna Laurinha, afinal não morreu. Agora que vi que adormecida, sorria, e que conheço a sua história, acredito, que prepara com os olhos fechados, longe de das nossas vistas, um eterno fim de semana, com o seu Rei por companhia.


A Negrinha de Freixo

 Podia ter usado um outro título, a Galega, a Verdeal, a Madural, a Cobrançosa ou até mesmo a Cordovil. Ou ainda Arbequina ou Picual….

 

Decidi trazer um tema actual, ligado à beleza, à natureza, à saúde, à agricultura e a Portugal!

Decidi falar-vos de um produto de grande qualidade!

 

Sabem do que estou a falar? (Braço no ar)

Estou a falar-vos de Cultivares!

 

Se tratasse de vinha, estaria a falar de castas, se calhar de Alvarinho, de Tinta Roriz, Tinto Cão, Touriga Nacional ou Francesa…..Sei lá….

Estes nomes são mais familiares?

 

Pois!!!,

Entre nós o vinho tem muito mais fama e publicidade do que azeite.

 

Ainda não é normal ir beber um copo de ………Azeite!!

- Olá Boneca! Aceitas tomar um copo de …… Azeite!!


Não sei se alguma vez irá acontecer!

Mas e se acontecer?

Vocês estão preparados para apreciar um bom azeite??

 

É dessa arte que eu vos quero falar

 

Já vos deixei uns quantos nomes para brilharem numa conversa à volta de uns copos de azeite com os amigos.

 

- Eh pá já provaste a Negrinha de Freixo??? E a Galega??

-Aquilo são cá umas azeitonas!

 

Mas para além das Castas, ou Cultivares de Oliveira, o que caracteriza um bom azeite?

 

Um bom azeite é obtido do fruto são da oliveira, a azeitona, cultivado com desvelo, colhido com carinho e esmagado  unicamente por processos mecânicos.


Se, reflectindo todo o carinho com que foi tratado, for harmonioso ao olfacto e ao paladar, exaltando odores e sabores naturais e agradáveis e apresentar baixa acidez (<0,8%), estaremos perante um Azeite Virgem Extra. Caso esta seja superior, designar-se-à apenas Azeite Virgem.

Se, para além da acidez estiver patente um defeito de aroma ou paladar, será encaminhado para refinar e comercializado como Azeite, simplesmente.


Eu referi aroma e paladar!

  

O que pode ser isso?

Como o identifico?

O que devo procurar?

 

Antes de iniciar uma prova de azeite, devemos proceder a um ligeiríssimo aquecimento da amostra. - Como em tudo na vida, os preliminares, são muito importantes!


Vertendo uma muito pequena quantidade num copo, preferencialmente pequeno e 

 fundo redondo, colocar uma mão em concha por baixo e tapar a abertura com a outra mão.

 

Durante alguns minutos produzem-se movimentos circulares aquecendo ligeiramente todo o azeite. 

(dependendo da companhia e da conversa, o aquecimento produzir-se-á mais rápida ou mais lentamente).

 

Tratando-se de uma companhia escaldante, ter cuidado para que o azeite não sobreaqueça!!!.


Tal como acontece com o vinho ou com outros produtos naturais, num primeiro momento, deve obter-se a sensação olfactiva.

 

Destapando ligeiramente o copo, devem absorver o ar morno que se formou no interior

 

(se cheirar a Chanel nº5), é da companhia, não é do azeite, significa que poderão ter exagerado no perfume!).

 

Numa prova, digna desse nome, naturalmente devem abster-se de usar perfumes intensos que possam interferir na apreciação.

Da mesma forma, é desaconselhável beber, antes da prova, outra coisa que não seja água.

 

Bebidas com álcool ou de sabor particularmente intenso, como o café, interferirão com a disponibilidade sensorial para apreciar completamente o azeite.

 

Além do mais, é sabido que o álcool, ainda que ajude a desinibir, é um inimigo declarado de uma boa prestação!

 

Essencialmente procuramos aqui encontrar sensações positivas, que poderão ser ao fruto, a azeitona, a verde, mas sobretudo a algo de harmonioso suavemente perfumado e agradável.

 

Desagradável seria por exemplo um odor ácido, de fermentação, bolor, ou mesmo vinho ou bagaço.

 

Neste caso, de um aroma desagradável, não devem provar.

 

Tal como um vinho que cheira a rolha, a vinagre, devem recusá-lo, e com um ar entendido e algo desdenhoso, classificá-lo como: Lampante (próprio para ser queimado em lamparinas de azeite!!)

No caso de terem achado o aroma agradável, (não incluo aqui o Chanel!!), devem avançar para a prova gustativa.

Depositem um pouco de azeite na boca

 

Vá lá!

Coragem!

É um produto natural!

Deixem-no percorrer toda a superfície da língua e antes de engolir, aspirem um pouco de ar pela boca, garantindo que saboreiam o aroma que liberta.

 

Mais uma vez não deve estar lá nada de desagradável. Terra, Madeira, Palha ou Metal.


Mas sim sabor a frutos, como a azeitona, a amêndoa, ou a maçã, uma ligeira amargura das azeitonas verdes ou ligeira doçura das azeitonas maduras, o ligeiro picante, a erva ou folha, sempre a harmonia e o prazer de um Azeite com toque sedoso, quente e confortável


Sejam quais forem as conclusões a que cheguem, tomem nota delas, da vossa Nota de Prova Pessoal, da origem, do produtor, da região e de outras informações disponíveis no rótulo.

 

Não servem para nada, é só para impressionar a companhia!!






segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A minha história - vivências e experiências: Estou bem, mas tenho muito que estudar

A minha história - vivências e experiências: Estou bem, mas tenho muito que estudar: Olá a todos! Mais uma vez faço uma das coisas que mais gosto, escrever Estou mais bem disposta do que da última vez que escrevi.... Como ...

Estou bem, mas..... é diferente de: Estou bem! Tenho muito que estudar!
Que achas?

terça-feira, 17 de maio de 2011

Comer Fora

Eu ADORO comer fora!
Eu ADORO comida requintada!
Eu ADORO boa companhia!

Eu DETESTO a sensação de não ter a boca fresca!!!!
Eu DETESTO não escovar os dentes quando almoço ou janto fora……
Eu DETESTO usar palitos…..

Quem diz usar palitos diz ficar na situação desconfortável de sentir uma febrinha no meio dos dentes e desesperar sem a conseguir desalojar…

Pior de tudo são as pessoas que usam….. a unhaca….
Ali, na mesa do restaurante, á frente de toda a gente, por muito que disfarcem, com a mão ou com o guardanapo, é evidente que está a palitar o dente….
Mas espera aí….
Ninguém pediu palitos….
Meu Deus, lá está ele a usar a unhaca…….

Eu não pertenço a este filme!!
Que vergonha!
Eu não sou desta mesa,
Isto não me está a acontecer!

Já nos aconteceu a todos claro!


Mas já nos aconteceu pior, quando temos uma reunião, uma entrevista, um encontro. e estamos com a insegurança de ter os dentes sujos…..

Eu até só como uma salada, para não correr riscos, mas lá veio uma ínfima semente de tomate para o meio dos incisivos, provavelmente ninguém a vê, mas para mim tem o tamanho da maçã na boca do leitão, para onde todos olham embasbacados!!!

E eu a sofrer!

Já nem estou na entrevista!
Aquele olhar focado…
Já nem sei o que digo!
O meu sorriso manchado,
o meu orgulho ferido.


Também já vos aconteceu certo?

Eu tenho algumas técnicas que posso partilhar convosco,

Vou ao WC onde bochecho com um pouco de água, mas não satisfaz, ele é o wc que só pelo nome….., depois é o resto da malta a olhar para mim….
E ainda as condições de higiene da maioria dos WC…. Eu sei lá quem pôs a mão na torneira, sei lá de onde veio aquela água…… e depois é a sementinha de tomate no meio dos incisivos que teima em não sair……..

Também já experimentei usar uma escova com dentífrico e tudo, mas tenho de andar todo o dia com ela no bolso, quero tirar os óculos, sai-me a bisnaga, quero tirar a carteira, sai-me a escova….
E eu preciso também de por batom de cieiro depois de lavar os dentes. Já estão a ver a rapaziada do WC a olhar para mim…..
Quando regresso à mesa, todos olham para o jeitoso que lava os dentinhos e usa batom.

Se me deixarem sair com vida do WC claro!
Isto de lavar os dentes pode por a integridade de um homem em risco…..

Já não existem as máquinas dispensadoras de escovas que estavam colocadas ao lado das de preservativos. Não tem comparação para o público masculino em redor, a acção de tirar uma escova com dentífrico e lavar o dentinho em público, com a de tirar uma caixa de harmony com sabor a Irish coffee

Mas quero dizer-vos que encontrei a solução, há mais quem investigue estes assuntos tenha encontrado a resposta para todos estes desafios…
Recentemente tenho usado com sucesso uma invenção que quero partilhar convosco,

chama-se wist
cabe na palma da mão,
permite escovar discretamente, sem água,
não necessita dentífrico
nem batom e
é descartável!!!

Trouxe para vocês experimentarem, e agradeço que me relatem a vossa experiência
Porque sei que, tal como eu, vocês

ADORAM encontros
ADORAM ter a boca fresca e
ADORAM comer fora….

terça-feira, 19 de abril de 2011

quinta-feira, 15 de julho de 2010


A propósito de um encontro de JEEPS (Jovens Empresários de Elevado Potencial), no Algarve, decidi fazer o percurso de forma original. De bicicleta.
Saí do Porto na Quinta-feira, de Alfa Pendular com a minha bicicleta semi-desmontada e "reconstruía" no apeadeiro de Grândola, no Alentejo.
Daí foi pedalar, primeiro até Almograve, depois até Sagres, finalmente até Odiaxere onde cheguei, atrasado mas feliz. Como felizes ficaram os amigos jeeps por me verem em tão inusitado transporte.
Bom, a experiência é fantástica. Vive-se o caminho, percorrendo-o à nossa própria custa e ritmo, ouvem-se os seus sons, sentem-se os seus aromas.
A bicicleta quase não interfere com a natureza. Integra-se bem noutros meios de transporte (carro, comboio, etc.) e funciona como uma extensão de nós próprios, na medida em depende das nossas capacidades para funcionar.
Por outro lado, permite-nos uma grande proximidade ao meio em que se move, ao não produzir ruído, pó, alvoroço!
Cansaço?
Sim, mas vive-se melhor o momento, (carpe Diem!) dorme-se muitíssimo melhor. Na verdade, o cansaço que se sente, sendo transitório, é um indutor de uma energia enorme.
Quando no Domingo à noite estacionei na garagem, sorri para a bicicleta e pensei que quem estava cansada era ela!